• Paraenses protestam pelo Basa não escolher agências locais em sua concorrência

    O resultado da concorrência publicitária do Banco da Amazônia está agitando o mercado paraense.

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    Com a licitação pela verba de R$ 50 milhões vencida pela gaúcha Escala e pela brasiliense Cálix, as lideranças locais se uniram em torno das entidades como o sindicato das agências Sinapro-PA, em uma série de medidas protetivas, inclusive manifestações através da imprensa.

    A bem da verdade, nem mesmo se a vencedora fosse a Mene & Portella — terceira colocada — o problema se resolveria, já que, apesar de amazonense, — ela nasceu em Manaus-AM –, sequer é paraense. Hoje tem tanta presença fora da região que já pode ser chamada de agência nacional.

    Após a divulgação dos resultados do Basa, o Sinapro-PA vem acusando a licitação de “irregular” e ter “exigências abusivas”, como a comprovação de faturamento anual de R$ 20 milhões provenientes de um único cliente. Sim, é uma cláusula restritiva, mas comum em anunciantes que buscam agências com estrutura e solidez financeira.

    Na última semana, o Sinapro-PA entrou com uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU), buscando destacar irregularidades que poderiam levar ao cancelamento da concorrência.

    A reação veio da agência Cálix, que apresentou ao TCU, através da Schiefler Advocacia, suas justificativas para os resultados do Basa. Ela explica a apresentação da contrarrazão se declarando no direito de defesa, já que é uma das interessadas no resultado.

    O Basa responde

    Em nota, o Banco da Amazônia afirmou que “em todos os seus processos licitatórios aplica as boas práticas de mercado e que o procedimento de licitação 2024/02 atende às legislações vigentes aplicadas para o objeto do contrato“.

    O texto segue garantindo que “a seleção de fornecedores e prestadores de serviços é realizada com imparcialidade, transparência e preservação da qualidade e viabilidade econômica dos serviços prestados e dos produtos fornecidos, observados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência dos atos administrativos”.

    O que são “agências locais”?

    O tema não é inédito e pode levantar uma série de discussões. Ainda existem “clientes locais”, que justifiquem para muitos anunciantes, a adoção de apenas “agências locais”?

    A internet e as incontáveis ferramentas de tecnologia — fora as experiências trazidas pelo home office durante a pandemia da Covid-19 — abriram de tal forma as alternativas de comunicação que derrubaram todas as barreiras para que um criativo sediado em Dubai desenvolva campanhas para uma agência em Nova York, do outro lado do mundo.

    Não são poucas as matérias publicadas pelo trade de situações como esta, de um brasileiro ir dirigir a criação de um escritório da agência onde estava, só que agora no exterior.

    Mesmo no Brasil, quantas redes de varejo ou instituições financeiras foram absorvidas por matrizes paulistas, retirando as contas e as decisões publicitárias das antigas “agências locais”?

    Quem sabe a solução seja uma mudança de paradigma, com fortalecimento das estruturas locais  — fusões? — exatamente para habilitar as empresas a também crescerem fora da sua região.

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    Basa define Escala e Cálix na frente da sua concorrência de R$ 50 milhões (em 08/11/2024)

    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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